A Polícia Civil de Minas
Gerais deflagrou uma operação após investigar um esquema de furto qualificado
por meio de fraude eletrônica que causou prejuízo milionário ao Banco Bradesco.
A investigação indicou que uma quadrilha especializada do Triângulo Mineiro
teria burlado o sistema de segurança do banco, acessando fraudulentamente
contas correntes de clientes e realizando transações ilícitas, gerando prejuízo
de mais de R$ 13 milhões. A quadrilha atuava em cidades como Uberlândia, Uberaba e Ituiutaba.
Um homem e uma mulher foram
presos pela Polícia Civil ontem, 20, em Uberaba. Outros três homens
continuam foragidos.
Os criminosos teriam
identificado uma vulnerabilidade no controle de acesso dos clientes às suas
contas pelo aplicativo do Bradesco. Com posse de informações sigilosas, como
agência, número de conta e senha de 4 dígitos, os fraudadores conseguiam
acessar o processo de cadastramento de dispositivos de segurança no canal
mobile. Utilizando biometria facial fraudulenta, os criminosos registravam seus
próprios aparelhos como dispositivos autorizados. Uma vez com acesso total às
contas, realizavam transferências via PIX, saques em dinheiro e até mesmo
empréstimos em nome das vítimas.
O grupo operava em conjunto,
com cada membro desempenhando uma função específica, caracterizando uma
associação criminosa conforme o artigo 288 do Código Penal Brasileiro. Imagens
obtidas pelos sistemas de segurança do Bradesco permitiram a identificação dos
suspeitos, que já eram conhecidos por outras práticas ilícitas.
Apesar de já haver fortes
indícios contra alguns dos envolvidos, a Polícia Civil ainda trabalha para
identificar todos os membros da quadrilha. Estão sendo realizadas diligências
adicionais, como buscas, apreensões e quebra de sigilos bancário e telefônico,
para determinar o papel de outros possíveis participantes no esquema.
No início de abril de 2024, a
área de Contestação e Reembolso do Bradesco começou a notar um aumento em
fraudes eletrônicas, o que levou à abertura da investigação. O prejuízo
estimado da operação criminosa varia entre R$ 13 e 20 milhões. Segundo o banco,
os clientes não sofreram perdas financeiras, pois a instituição assumiu a
responsabilidade e está tomando medidas para reforçar a segurança de seus
sistemas.
As autoridades destacam que a
quadrilha investigada tem um histórico de atuação em diversos estados do
Brasil, o que reforça a necessidade de uma ação coordenada para desmantelar a
rede criminosa.