“O comissário me chamou
para avisar que estava percebendo um cheiro estranho e, logo em seguida, me
confirmou que o propeller [hélice] estava girando e o motor estava pegando
fogo”, diz um trecho do começo do documento.
Em outro, ele fala que o “comissário confirmou a existência de fumaça
saindo da parte dianteira do motor”. Além disso, ressalta que o mecânico não
relatou anormalidade e que a comunicação entre eles era apenas via sinais
visuais, “pois o mecânico estava sem o headset para comunicação via intercom”.
Outra aeronave da
VoePass teria tido um problema com um dos pneus, que teria estourado durante um
pouso. Entretanto, o caso não foi documentado.
“Ontem quando [o avião]
pousou, estourou o pneu… Ninguém viu! Só quando parou na posição”, disse uma
funcionária da empresa em troca de mensagens à qual o Portal teve acesso.
Piloto morto em queda
de avião não estava escalado para voo, diz amigo
Um amigo do piloto
morto na queda do avião da VoePass contou que Danilo Romano não estava escalado
para trabalhar no dia do acidente. O voo que saiu de Cascavel, no oeste do
Paraná, ia em direção ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Todas
as 62 pessoas a bordo morreram.
Guilherme Baccar, amigo
do piloto, disse ao programa Brasil Urgente que Danilo estava de folga. “Na
terça ele me mandou a escala dele, ele não estava escalado nesse voo, estava de
sobreaviso e acionaram ele para que ele fosse convocado para este voo e aconteceu
o que aconteceu”, contou.
Baccar afirmou que
havia recebido a escala do mês de Danilo. “Ele me mandou a escala do mês para
tentar marcar alguma coisa, porque, mesmo que a gente more perto, o encontro
era difícil. Hoje não era o dia dele estar pilotando, chamaram ele e aconteceu
essa tragédia”, lamentou. “Ele estava feliz que havia sido
promovido e virado comandante, ele fazia um trecho para o interior, então a
gente falava disso, ele cada hora estava em um canto do Brasil. Estávamos
combinando de sair e não deu tempo”, disse.
Homenagem da ex
Em seu perfil em uma
rede social, Danilo Romano ressaltava ter mais de 10 anos de experiência na
indústria da aviação, tendo voado em vários tipos de aeronaves, em rotas
nacionais e internacionais. O piloto destacava ter entre suas principais
competências a aviação comercial, pilotagem e segurança de voo.
Ele tinha 35 anos e
começou a carreira como copiloto de A320 na Avianca. Danilo estava na VoePass
há um ano e dez meses, onde entrou como copiloto e foi promovido a comandante
em julho do ano passado.
Em junho, ele concluiu
uma pós-graduação latu sensu em gestão de segurança de voo na
faculdade Unyleya.
A
influenciadora Débora Stein usou as redes sociais para homenagear o
ex-namorado: “Precisava dizer o quanto o Danilo sempre foi competente
e excelente na sua profissão. Um piloto excepcional, que, sem dúvidas, deve ter
feito de tudo e mais um pouco para tentar salvar esse avião”, escreveu.