Acusado de matar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires, o companheiro
dela, preso em flagrante neste domingo (11), já tinha sido detido por agressão
a ela em Santo Antônio de Jesus, onde a vítima trabalhava e residia. Antes do
São João deste ano, o acusado, identificado como Tancredo Neves Feliciano de
Arruda, foi levado à delegacia com base na Lei Maria da Penha, depois de ter
quebrado um dos dedos da esposa.
Segundo moradores da
cidade, o companheiro da delegada, morta aos 39 anos, foi solto após a própria
vítima pedir sua liberdade. Logo depois, o casal passou a ser visto na cidade.
Patrícia, inclusive, o apresentava como marido e médico. No entanto, há informações
de que o acusado se formou em Medicina fora do país, mas não tinha sido
aprovado no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida),
realizado anualmente para validar diplomas médicos expedidos por universidades
fora do Brasil.
Informações dão conta
ainda de que ele já tinha agredido Patrícia outras vezes. A vida conturbada do
casal era conhecida pelos vizinhos e pela própria polícia, que foi acionada
mais de uma vez para ir à residência após brigas. O acusado teria, ainda, um histórico
de violência contra outras mulheres.
Embora a Polícia Civil
não tenha informado as circunstâncias da morte da delegada, vestígios de sangue
foram encontrados na casa dela, no Condomínio Residencial Vila Olímpica, bairro
do Cajueiro.
Em nota, a Polícia
Civil informou que o acusado foi autuado em flagrante por feminicídio, após o
corpo da vítima ser encontrado no banco do carona do seu veículo, em uma área
de mata, no município de São Sebastião do Passé. Fontes ligadas à polícia disseram
que havia diversas contradições no depoimento dele.
A Polícia Civil da
Bahia disse que lamenta "profundamente a morte da servidora, que estava
lotada no plantão da Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus, e informa
que está empenhada com todos os seus departamentos para esclarecer plenamente as
circunstâncias do caso e realizar todas as providências de polícia judiciária
cabíveis".
A nota diz ainda que a
delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito,
"compartilha o luto com família e amigos". "Um dia de muita
tristeza na nossa instituição, com uma trágica perda para todos nós. Estamos
dedicando todos os nossos recursos e esforços para dar a resposta necessária a
esse crime terrível contra Patrícia Jackes", declara.