Uma delegada e um escrivão da Polícia Civil do
Estado da Paraíba foram presos nesta quinta-feira (22) suspeitos de concussão,
que é a pátrica criminosa cometida por servidor público que exige para si ou
para outro algum tipo de vantagem indevida. A prisão ocorreu durante a
‘Operação Cara de Pau’, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado
(Gaeco) e o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), órgãos do
Ministério Público da Paraíba.
De acordo com informações preliminares repassadas
pelo promotor que coordena o Ncap, Guilherme Lemos, foi feita uma denúncia por
um servidor público federal de que estava sendo extorquido pelos dois
investigados.
A delegada e o escrivão estariam exigindo dinheiro
para beneficiá-lo em um procedimento policial que apurava um ato cometido pelo
denunciante. Foi exigido R$ 5 mil. A metade foi paga e, com autorização
judicial, o Ncap e o Gaeco monitoraram o segundo pagamento, prendendo os dois
em flagrante.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos,
sendo um na Delegacia de Polícia Civil de Alagoa Grande (PB) e dois nas
residências dos suspeitos, em João Pessoa. Os dois investigados foram presos e
conduzidos para a Central de Polícia em Guarabira (PB), onde aguardarão a
audiência de custódia.
“O nome da operação ‘Cara de Pau’ foi em alusão ao
atrevimento dos dois de cometerem um ato de concussão dentro de uma delegacia,
achando que não responderiam pela conduta. O crime de concussão está previsto
no Artigo 316 do Código Penal, como o ato de exigir vantagem indevida, na
qualidade de servidor público”, explicou o MP.