O Sistema
Nacional de Informações de Segurança (Sinesp), entidade ligada ao
Ministério da Justiça e Segurança, revelou que a Bahia já teve 1,252
mortes causadas por operações policiais. O levantamento, apurado
entre janeiro e setembro deste ano, apontam que o Estado baiano registrou mais
que o dobro de mortes do que foi registrado no Rio de Janeiro.
Segundo os dados, o Estado, liderado
pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), lidera o ranking de mortes causadas
por policiais, perdendo apenas para o Amapá, onde se mata 20,3 pessoas a cada
100 mil habitantes. Na Bahia, a média de mortes fica em torno
dos 11,2 por 100 mil habitantes.
É importante destacar que, o Amapá e a
Bahia são, de acordo com o Anuário da Segurança Pública, os estados mais
perigosos do Brasil.
Ainda segundo o Sinesp, a Bahia
também é liderança entre as mortes violentas, tendo registrado cerca de 4.255,
ficando acima do Rio de Janeiro e de São Paulo, que registraram 3.201 e 2.589
mortes violentas respectivamente. Os casos mais comuns são de feminicídio,
homicídio doloso e intervenção policial.
Apesar dos números, a Secretaria de
Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) afirma que registrou queda nos índices de
violência “pelo terceiro ano consecutivo”.
Jerônimo Rodrigues reage
Em entrevista ao UOL, o governador
da Bahia afirmou que o Estado precisa enfrentar os 200 anos
de cultura policial. Segundo ele, essa mudança precisa começar já na formação e
capacitação dos novos policiais.
“São 18 anos de governo. Mas nós estamos
enfrentando um modelo, uma cultura de polícia de 200 anos. Então,
culturalmente, nós temos que modificar a forma de concurso, a capacidade que
nós temos de modificar através da formação, e uma lei rigorosa e firme para
quem sair de um padrão, de um conceito, da corregedoria da polícia”, disse o
governador.


