O Ministério Público de Minas Gerais
(MPMG) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (26), a quarta fase da operação
Mecanismo, que tem como alvos as principais lideranças da facção criminosa
Comando Vermelho em Minas Gerais. Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão
preventiva, inclusive do líder do grupo no estado, e 12 mandados de busca e
apreensão nas cidades de Muriaé, Juiz de Fora, Cataguases e Rio de Janeiro.
Conforme a investigação, sete pessoas
foram denunciadas pela prática dos crimes de organização criminosa armada;
corrupção ativa, ingresso, promoção ou facilitação de ingresso de aparelhos
celulares em estabelecimento prisional.
Segundo o MPMG, foi apurada a existência
de pelo menos quatro núcleos da facção em Minas, que agiam, inclusive, no
interior de estabelecimentos penais no Estado e do Rio de Janeiro. Veja abaixo:
- Núcleo
de liderança: composto pelos líderes da organização, responsáveis pela
tomada de decisões estratégicas das atividades ilícitas, pela cooptação de
funcionários públicos e pela coordenação direta ou por interposta pessoa
dos demais integrantes do grupo criminoso no estado de Minas Gerais.
- Núcleo
gerencial: constituído por familiares e pessoas de confiança dos líderes
do grupo, que têm a função de coordenar setores específicos da
organização, como a logística financeira e a gestão dos recursos humanos e
materiais necessários à execução de ordens emanadas de dentro das prisões.
- Núcleo
corrupção: formado por agentes públicos, os quais são responsáveis por dar
suporte às atividades criminosas do grupo, incluindo o fornecimento de
recursos para viabilizar a entrada de ilícitos na Penitenciária de Muriaé,
mediante o recebimento de propinas e vantagens indevidas.
- Núcleo
operacional e “disciplina”: constituído por faccionados responsáveis por
executar diretamente as atividades criminosas, como a distribuição de
drogas, a execução de atos de violência e intimidação, além de outras
ações necessárias para a manutenção das operações ilícitas da facção,
sendo peça fundamental para a expansão e a manutenção da organização
criminosa na Zona da Mata mineira, inclusive com o recrutamento de novos
membros.
As diligências, segundo o MPMG, ainda
estão em andamento e mais detalhes serão dados no decorrer do dia de
hoje. A ação foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate
ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Visconde do Rio Branco, com o apoio do
Gaeco de Juiz de Fora, do Gaeco do Rio de Janeiro, Coordenadoria de Segurança e
Inteligência (CSI) do MPRJ, Promotoria de Justiça de Execuções Penais de Muriaé
e Polícia Militar do Estado de Minas Gerais.