A presidente do Palmeiras, Leila Pereira,
falou, em entrevista ao jornalista Flávio Prado, nesta sexta-feira (6), sobre a
importância da responsabilidade financeira para fazer contratações e criticou
clubes que não se preocupam com o tema.
Leila deu como exemplo
a janela de contratações do meio do ano passado, em que o Palmeiras não
contratou reforços. Segundo a presidente, o alviverde até tinha interesse em
jogadores, mas preferiu não contratá-los por causa dos altos valores.
Leila Pereira contou
que defende a ideia de que seja implementado no futebol brasileiro o chamado
"Fair Play Financeiro". Para ela, a maneira como os negócios são
realizados no futebol brasileiro cria desigualdade entre os clubes.
— Eu não vou fazer
loucuras. Eu quero entrar aqui na Academia de Futebol de cabeça erguida,
sabendo que todos os meus atletas e todos os meus colaboradores recebem em dia
salário e imagem. Como é que eu vou cobrar de um atleta se ele está com 3 ou 4
meses de salário atrasado? Como é que eu vou contratar jogadores se eu não
tenho dinheiro para pagar o salário em dia dos meus jogadores? Eu não vou fazer
isso — declarou.
A dirigente
acrescentou:
— Aqui no Palmeiras,
nós temos essa responsabilidade, mas isso tinha que ser obrigatório porque é
injusto o Palmeiras deixar de contratar. Eu não quero deixar de honrar meus
compromissos profissionais, enquanto clubes contratam não sei como. Se não paga
o salário do jogador, como é que está adquirindo novos atletas? Essa conta não
fecha. Tanto não fecha que está cheio de clubes quebrados.
Durante a entrevista, a
presidente do alviverde afirmou que os presidentes dos clubes deveriam se
responsabilizar pessoalmente pelas decisões tomadas durante suas gestões.
— Porque senão é fácil:
eu torro uma fortuna, saio e largo no colo do próximo presidente. Não, você vai
pagar com o seu patrimônio! As leis deveriam ser mais rígidas — protestou.
Ao final da conversa,
Leila falou sobre sua relação com o treinador Abel Ferreira.
— O Abel é o maior
treinador da história do Palmeiras, eu não tenho dúvida. Eu trabalho
diariamente com ele e com a comissão técnica dele, e ninguém vai fazer com que
eu tenha qualquer conflito ele ou com quem quer que seja aqui dentro porque eu
sei do caráter, eu sei do profissionalismo, eu sei do trabalho duro de todos
nós — encerrou.