O PSG se envolveu em um grande escândalo na França. Segundo o jornal "L'Équipe", o clube está sendo investigado por uma possível troca de favores com o ex-vice-presidente da Assembleia Nacional Hugues Renson.
O político francês é
formalmente acusado de tráfico de influência por solicitação
de benefícios à sua vida pessoal e aos seus filhos, como passagens e ingressos,
além de empregos remunerados dentro do Paris Saint-Germain, já que é torcedor
fanático do time. Em troca, Renson interviria em diversas ações, como obtenção
de visto na China e até mesmo benefícios fiscais após a contratação de Neymar,
em 2017.
Na ocasião, Hugues teria sido
figura-chave para a obtenção dos benefícios, que se configuram como uma
amortização de taxas tributárias pagas por uma pessoa ou empresa. Preocupado
com a transação, que traria visibilidade ao país e a seu time, o mandatário
entrou em contato com Gerald Darmanin, então ministro de Contas Públicas, e
teve o seguinte diálogo, descoberto pelos investigadores e reportado pelo
diário francês:
- Gerald, tomo a liberdade de
incomodá-lo com um de seus assuntos. Estou com Nasser (Al-Khelaifi, presidente
e dono do PSG), que está muito preocupado com a operação de Neymar. Eu sei que
você está em contato. Você teria alguma maneira de tranquilizá-los? Seria uma
pena se a contratação não acontecesse. Estou à sua disposição - teria dito o
vice-presidente da Assembleia.
Renson negou todas as
acusações e disse que nunca prestou serviço a ninguém em troca de benefícios
para si próprio, família ou amigos.
- Nunca diz isso. Talvez, como
autoridade eleita, eu tenha ajudado a identificar formas de conhecer pessoas ou
resolver dificuldades. Mas foi como autoridade eleita. Intervir é transmitir,
relacionar, chamar a atenção. Intervir não é interferir, se intrometer ou fazer
coisas no lugar de alguém - declarou.
Anteriormente, o PSG já tinha sido colocado em maus lençóis na França e no mundo por ações extracampo. Em setembro de 2022, Al-Khelaifi havia sido acusado no Qatar por chantagem, extorsão e abuso; logo depois, três pessoas foram investigadas por lavagem de dinheiro a favor do time da capital.
A investigação contra Hugues Renson está ainda em seus primeiros passos. Caso as acusações procedam, o mandatário e os representantes do clube podem ser encaminhados à Justiça local para esclarecer os fatos.