A Polícia Civil do
Amazonas prendeu, nesta quinta-feira (29), uma mulher acusada de matar a babá
do seu filho em Manaus. O corpo de Geovana Costa Martins, de 20 anos, foi
encontrado no dia 20 de agosto em uma área de mata no bairro Tarumã, na zona
oeste da capital amazonense. Ela havia desaparecido um dia antes.
De acordo com o
delegado Ricardo Cunha, o corpo da jovem foi identificado pela família no
último domingo (25). Depois de saber quem era a vítima, os investigadores
conseguiram identificar dois suspeitos de participação direta na morte da
jovem: Camila Barroso da Silva, de 33 anos, presa nesta quinta, e Eduardo Gomes
da Silva, filho da proprietária da casa onde Camila morava de aluguel. Ele é
considerado foragido.
“A jovem foi morta de
forma bárbara e cruel, com sinais de espancamento e tortura, o que chocou a
nossa sociedade e nos motivou ainda mais a dar uma resposta à população e aos
familiares, e responsabilizar todas as pessoas envolvidas”, afirmou Cunha.
Vítima era explorada
sexualmente
Segundo a delegada
Marília Campello, que também atua no caso, Geovana começou a trabalhar na casa
de Camila como babá, mas, ao chegar no local, foi aliciada e atraída para uma
vida de baladas e bebidas alcoólicas.
Camila começou a
impedir que Geovana saísse de casa, mesmo contra a sua vontade. As
investigações apontam que a patroa também ameaçava e explorava a jovem
sexualmente.
“Essa vítima era
praticamente forçada a fazer programas sexuais. Pelo que apuramos, a casa
funcionava como uma casa de massagem. Além de Geovana, outras meninas também
passavam por lá, mas a vítima morava no local e não podia se relacionar com
pessoas de fora”, relatou a delegada.
Suspeita mantinha babá
em cárcere e planejava forçá-la a se prostituir fora do país
Ao ser presa, Camila
acusou o ex-namorado de Geovana de ser o autor do crime. Porém, a polícia já
havia ouvido o homem, que mostrou mensagens comprovando que a patroa não
permitia que a babá se relacionasse com qualquer pessoa fora da casa.
Camila mantinha a jovem
presa no local, praticamente em cárcere. Quando a babá pensava em sair, a
patroa dizia que ela estava devendo e e precisava trabalhar mais para pagá-la.
“Tomamos conhecimento
de que Camila também estava com passagem marcada para a Europa. Inclusive, a
família dela, incluindo mãe e tios, mora na França. A vítima já havia tirado o
passaporte em junho deste ano, provavelmente porque seria levada para fora do
país”, detalhou Marília.
A polícia acredita que
Geovana seria usada como “mula” - pessoa que transporta drogas de um local para
outro no corpo ou em objetos -, além de forçá-la a se prostituir fora do país.
“É uma história
lamentável. A jovem foi torturada e espancada. Ainda não podemos afirmar a
motivação exata, pois a suspeita nega ter cometido o crime, mas temos indícios
suficientes, e por isso ela está presa. O veículo utilizado para deixar a
vítima no bairro Tarumã estava em posse de Camila e do outro procurado, Eduardo
Gomes da Silva, que é filho da proprietária da casa onde Camila morava de
aluguel”, explicou a delegada.
Eduardo já possui um
outro mandado de prisão em aberto por outro caso que também está sob
investigação da Delegacia de Homicídio. A polícia considera que ele e Camila
têm envolvimento com o crime. As investigações seguem em andamento.