Depois de passar 10
dias internado em estado grave, morreu, na última quarta-feira (28 de agosto),
o pastor Alexsandro Dias Cerqueira, de 50 anos, que foi brutalmente agredido
por um homem de 35 anos durante uma briga em um posto de combustíveis, em Governador
Valadares, na região do Rio Doce. As agressões foram flagradas por câmeras de
segurança.
A Polícia Militar (PM)
foi acionada até o local na manhã do último dia 18 de agosto, encontrando o
pastor desacordado e caído no chão do estabelecimento, localizado no bairro São
Pedro. O homem tinha um corte na cabeça e lesões na face, com muito sangramento.
Após receber os
primeiros atendimentos dos bombeiros, ele acabou levado ao pronto-socorro da
cidade, onde permaneceu internado em estado grave até a última quarta. A
reportagem de O TEMPO conversou, nesta sexta-feira (30 de
agosto), com Fredson Magalhães, de 45 anos, que é cunhado de Alexsandro.
Ele conta que a vítima
era conhecida como Pastor Alex e atuava há anos na Igreja do Evangelho
Quadrangular. A vítima morreu por consequência de um traumatismo craniano
causado pelos golpes do suspeito. "As verdadeiras vítimas, para além do
pastor, são sua esposa, seus quatro filhos e seus dois netos, que tiveram o
patriarca arrebatado do seio familiar de forma vil", disse.
"Descobrimos que o
agressor tem diversas passagens pela polícia por lesão corporais, agressões,
ameaças, desacato à autoridade. Inclusive, em um dos casos, no estado do
Maranhão, ele agrediu uma mulher, um homem e os dois filhos crianças do casal",
completou, indignado, Fredson.
O crime
Nas imagens das câmeras
de segurança do posto, é possível ver que o suspeito para um Porsche no
local para calibrar os pneus, momento em que tem início a discussão. Após
ele chegar na janela do carro, o pastor desce, e os dois passam a trocar socos,
até que, em dado momento, a vítima é atingida por um chute no rosto quando já
estava caída no chão.
Instantes após a briga,
o suspeito procurou uma unidade da polícia pedindo para registrar uma
ocorrência contra a vítima, sendo informado, então, que ele estava internado em
estado grave. Diante disso, o homem acabou preso em flagrante pela PM.
Após a prisão, o
suspeito alegou que trabalha com marketing digital e que prestou um serviço
para a vítima pelo valor de R$ 5 mil. Porém, na versão do agressor, o pastor
teria pagado apenas R$ 1 mil e encerrou o serviço. Ao se deparar com o antigo
cliente, teve início a discussão que acabou com a morte do homem.
Porém, de acordo com o
cunhado da vítima, Fredson Magalhães, de 45 anos, o suspeito tinha sido
contratado para fazer o impulsionamento das redes da empresa da esposa do
pastor. Porém, após serem alertados por outras pessoas de que o homem seria, na
verdade, um hacker que invadia sistemas de outras empresas, eles decidiram
suspender a contratação, apesar de já terem pago uma parte do valor
combinado.
"Ele (suspeito)
ficava insistindo para assinar o contrato, e o pastor Alex insistia que não
iria continuar e pedia para ele devolver o valor que já tinha pagado. Nada foi
resolvido e, sete meses depois, eles se encontraram no posto e aconteceu o que
aconteceu", lamenta.
A reportagem não conseguiu localizar nenhum defensor do suspeito das agressões.