O Uruguai terminou em terceiro lugar na Copa
América-2024, nos Estados Unidos, neste sábado, 13, ao vencer o
Canadá por 4 a 3 nos pênaltis, após um empate em 2 a 2 nos 90 minutos.
Bentancur abriu o placar para a ‘Celeste’ no Bank of America
Stadium, em Charlotte, Carolina do Norte, aos 8 minutos e os canadenses viraram
com gols de Koné aos 21 e Jonathan David já na reta final da partida (79′).
Quando parecia que o Canadá terminaria o torneio com a medalha
de bronze, ‘El Pistolero’ Luis Suárez marcou nos acréscimos (90’+2) e levou a
decisão para as penalidades.
O goleiro Sergio Rochet defendeu a cobrança de Ismaël Koné (a
terceira do Canadá), e Alphonso Davies mandou a bola no travessão na quinta,
enquanto Federico Valverde, Rodrigo Bentancur, Giorgian De Arrascaeta e Suárez
converteram as suas para o Uruguai.
“Ter compartilhado esse tempo com ele confirma a imagem de um
jogador superior, um grande companheiro de equipe, e ele foi um enorme apoio
para todos nós dentro e fora de campo”, disse o técnico da ‘Celeste’, Marcelo
Bielsa, sobre Luis Suárez, que chegou a 69 gols pela seleção uruguaia, da qual
é o maior artilheiro de todos os tempos.
“O nível que mostrou nos minutos que jogou, por um lado; nos
treinos, por outro; o nível técnico, o nível físico, o posicionam para
compartilhar a titularidade na posição de centroavante”, acrescentou.
Suárez foi carregado nos ombros de seus companheiros durante as
comemorações.
Argentina e Colômbia vão disputar a final da Copa América no
Hard Rock Stadim, em Miami, neste domingo às 21h (horário de Brasília).
Um estreante corajoso
Embora a velocidade no contra-ataque tenha sido seu grande
trunfo na Copa América, o Canadá mostrou uma faceta diferente no primeiro
tempo, arriscando, tomando as rédeas do jogo, triangulando com qualidade.
A seleção estreante do técnico americano Jesse Marsch foi ousada
contra um dos maiores vencedores da história do torneio, com 15 títulos que o
colocam no topo da lista de campeões ao lado da Argentina.
“Os jogadores estão decepcionados com a forma como deixamos o
jogo fluir, mas sou muito positivo com eles (…). Jogamos contra uma seleção que
para mim é uma das melhores do mundo e dominamos a partida”, disse Marsch.
Marsch surpreendeu com sua escalação, dando a titularidade a
jogadores que tiveram pouco tempo de jogo ou que não jogaram sequer um minuto,
como o goleiro Dayne St. Clair, o zagueiro Luc de Fougerolles e o atacante Tani
Oluwaseyi.
A partida começou bem para o Uruguai, com um gol de Bentancur
após um escanteio cobrado por Federico Valverde. Sebastián Cáceres cabeceou e a
bola foi parar nos pés do meio-campista do Tottenham, que virou e chutou para
abrir o placar.
No entanto, um descuido defensivo, com Matías Viña perdido e um
momento de dúvida de Rochet, resultaram no gol de Koné.
O jogador do Olympique de Marselha deu um chute pouco comum, uma
acrobacia aérea que serviu para empatar o jogo.
De costas para o gol, ele soltou o chute de pé direito no ar
como um golpe de artes marciais e a bola passou por cima de Rochet.
Embora a reação do Uruguai tenha sido imediata, com um gol de
Facundo Pellistri anulado por impedimento, o Canadá começou a ganhar ousadia.
Foi seu momento, com boas jogadas de Jonathan Osorio e os
avanços de Ahmed e Jacob Schaffelburg.
A falta de acerto de Oluwaseyi, com duas chances claras
desperdiçadas após cruzamentos perfeitos, e Nahitan Nández salvaram o Uruguai.
Nández afastou uma cabeçada de Jonathan Osorio após uma rebatida de Rochet na
linha do gol, antes de o próprio meio-campista canadense desperdiçar no mano a
mano.
Sangue frio
Marcelo Bielsa, técnico do Uruguai, fez uma mudança no início do
segundo tempo.
Luis Suárez, ovacionado pelo público, entrou em campo ao lado de
Giorgian de Arrascaeta para dar uma sacudida e Brian Rodríguez mais tarde
também seria colocado por Bielsa.
As mudanças surtiram efeito e conseguiram empurrar o Canadá para
trás, com Suárez ativo, embora ele tenha tido dificuldade para ficar à vontade
na hora do chute. Os canadenses voltaram então à aposta que fizeram ao longo de
todo o torneio: esperar e contra-atacar ao mesmo tempo. E não foram feitas
concessões com a entrada de titulares regulares como Alphonso Davies e Jonathan
David.
Valverde mandou uma bola na trave aos 78 minutos.
Koné, num contra-ataque, recebeu a bola no meio-campo com espaço
para correr e tempo para pensar e chutar. Rochet bloqueou, sem sorte, já que
David empurrou a bola aproveitando a sobra.
O Uruguai parecia condenado, mas Suárez ainda tinha uma bala na
agulha. Arrascaeta puxou o ataque, José María Giménez cruzou e ‘Luisito’
empatou.
Seu gol, aos 37 anos, cinco meses e 20 dias, trouxe vida de
volta ao Uruguai.
Perguntado se essa foi sua despedida da seleção, o astro se
esquivou. “Hoje o importante é valorizar o esforço de toda a equipe. Hoje o
caso de Suárez fica de lado”, disse.
Nos pênaltis Suárez e seus companheiros converteram suas
cobranças e conquistaram a medalha de bronze.