A seleção brasileira
feminina de futebol conseguiu se complicar nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 ao
levar dois gols do Japão nos acréscimos e levar a virada, no Parque dos
Príncipes, por 2 a 1. A vitória parcial garantia vaga antecipada às quartas de
final e agora, o time de Arthur Elias, que pouco produziu, terá de ganhar da
Espanha, na quarta-feira (12 horas, de Brasília).
O resultado poderia ter
sido ainda pior, já que Lorena defendeu um pênalti no primeiro tempo e ainda
trabalhou muito em jogo dominado pelas japonesas, sobretudo no segundo tempo,
com enorme sufoco e resultado justo. Arthur Elias terá de buscar ajustes no
time verde e amarelo se não quiser amargar novo vexame, como a queda na fase de
classificação na Copa do Mundo. O Brasil mostrou-se carente ofensivamente e
cometeu diversas falhas defensivas que não poderão ser repetidas contra as
fortes espanholas.
O Brasil entrou em
campo no Parque dos Príncipes buscando a classificação antecipada às quartas de
final. Diante de uma rival necessitando reação e que prometia não apenas se
defender - caiu diante da Espanha -, a ordem era aproveitar as oportunidades para
somar o segundo triunfo na Olimpíada depois do 1 a 0 na Nigéria e se garantir
no mata-mata.
Yasmim apareceu na vaga
de Tamires, machucada e substituída na estreia, na lateral-esquerda. Arthur
Elias ainda mexeu em outras cinco posições em relação à escalação que superou
as nigerianas no primeiro jogo. Marta, mais uma vez, era a esperança para desequilibrar
diante de uma equipe bastante disciplinada, sobretudo defensivamente.
Jogando com postura
extremamente ofensiva, as brasileiras deixaram espaço atrás e quase foram
surpreendidas em um lance que começou com lançamento em velocidade da goleira
Yamashita. Tanaka apareceu cara a cara com Lorena, mas acabou desviando para
fora, desperdiçando gigante chance das asiáticas. Hasegawa ainda exigiu boa
defesa de Lorena logo depois.
Mesmo assumindo o
comando da partida e tendo maior iniciativa nos primeiros 45 minutos, o Brasil
não conseguia criar um lance que inflamasse a torcida - o estádio estava lotado
e com direito a "olá." Para piorar, viu Marta ficar pendurada ao levar
amarelo por pisão na rival e a árbitra anotar uma penalidade, aos 45 minutos,
em toque de mão de Rafaelle após chute de Moriya. Tanaka pegou a bola, respirou
fundo e bateu fraco e ruim, nas mãos de Lorena.
Vendo suas comandadas
devendo futebol e passando sustos, Arthur Elias resolveu agir logo no intervalo
e voltou com três novidades: Tarciane na vaga da amarelada Lauren, atrás, além
de Jheniffer e Ludmila na frente para tentar furar o bloqueio asiático.
O Brasil necessitava de
uma redenção em seu futebol, até então abaixo do esperado e bastante sem graça
- não tinha exigido defesas de Yamashita. E a troca ofensiva de Arthur Elias
resultou em gol logo aos 10 minutos. Lançamento lindo de Marta para Ludmilla,
às costas da marcação. A ponteira tocou para Jheniffer mandar às redes.
O jogo, enfim, ficou
animado. Com o famoso lá e cá, era Japão buscando o empate e o Brasil criando
para ampliar. Marta, mais recuada, distribuía bolas com categoria e ainda
incentivava as companheiras, até com certo exagero: "Vamos, p...",
gritou, mais de uma vez, a cada chegada das japonesas. Queria uma marcação mais
forte.
Apenas postado para
acertar um contragolpe decisivo, o Brasil passou enorme sufoco nos minutos
finais, com as zagueiras Rafaelle e Tarciane tendo enorme trabalho em seguidos
cruzamentos ou mesmo lances de trocas de passes.
O jogo caminhava para o fim quando novo toque de mão, desta vez de Yasmim, resultou no segundo pênalti às japonesas. Desta vez quem bateu foi Kumagai, aos 46, deslocando Lorena e deixando tudo igual no marcador. O pior, porém, ainda estava por vir. Em passe errado de Rafaelle, aos 50 minutos, Tanikawa bateu de primeira para virar o jogo e complicar a vida das brasileiras, que mereceram o tropeço pela atuação apática.