Uma mulher de 27 anos
morreu após ter sido picada por um escorpião, em Vitória da Conquista, no
sudoeste do estado. O caso aconteceu na segunda-feira (6) e a vítima faleceu na
quarta (8). O corpo foi sepultado na manhã desta quinta-feira (9), em Anagé, município
da mesma região, onde ela nasceu.
A vítima foi
identificada como Roberta Ferreira. De acordo com informações de familiares, o
animal estava escondido em uma peça de roupa e a vítima vestiu sem perceber a
presença dele.
Roberta foi
socorrida inicialmente para uma Unidade de Pronto Atendimento e depois foi
transferida para o Hospital Geral de Vitória da Conquista. Ela tomou o soro
antiescorpiônico e passou dois dias sob cuidados médicos, mas não resistiu.
Casos na Bahia
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), entre janeiro e
agosto deste ano, 15 pessoas morreram após terem sido atacadas por escorpiões
no estado. Em 2022, foram 20 óbitos.
Bahia registra
quase 11 mil casos de picadas de escorpião e 15 mortes em 2023
Neste ano,
Vitória da Conquista lidera o ranking de incidentes com escorpião, seguida por
Feira de Santana. A cidade do sudoeste do estado conta com 780 casos de picadas
de escorpião em 2023. Destes registros, 528 aconteceram na zona rural.
Em Salvador,
até agosto deste ano foram registrados 21 incidentes. O número demonstra uma
tendência de aumento de casos, já que em 2022 o Centro de Controle de Zooonozes
(CCZ) listou 23 pessoas feridas pelo animal.
Medidas de prevenção
Quando há picada por escorpião, a dor é imediata em praticamente todos os
casos, além da sensação de formigamento, vermelhidão e suor no local. Após
alguns minutos ou horas, principalmente em crianças, que são mais vulneráveis
ao envenenamento, podem aparecer outros sintomas, como tremores, náuseas,
vômitos, agitação incomum, produção excessiva de saliva, hipertensão, entre
outros.
Todos os
escorpiões são venenosos e os riscos aumentam de acordo com a quantidade de
veneno injetado e no quão nocivo o veneno de cada espécie é para o corpo
humano. Os casos leves, que não necessitam da aplicação do anti-veneno,
representam cerca de 87% do total de acidentes. O soro antiescorpiônico é
disponibilizado apenas nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Os escorpiões
que habitam no meio urbano se alimentam principalmente de baratas, portanto,
são comuns em locais com acúmulo de lixo. O Ministério da Saúde recomenda as
seguintes medidas para evitar a presença dos animais:
Manter lixos
bem fechados para evitar baratas, moscas e outros insetos que sejam alimento
dos escorpiões;
Manter jardins e quintais limpos. Evitar acúmulo de entulhos, folhas secas,
lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das residências;
Em casas e apartamentos, utilizar soleiras nas portas e janelas, telas em ralos do chão, pias e tanques;
Afastar camas e berços das paredes;
Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão.
O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de produtos químicos
(pesticidas) para o controle de escorpiões. Esses produtos, além de não
possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em
ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem seus esconderijos, aumentando
o risco de acidentes.