Nesta quinta-feira, 5,
o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) anunciou o indiciamento
de três indivíduos envolvidos em um golpe financeiro que resultou em um
prejuízo de aproximadamente R$ 40 milhões para cerca de 600 vítimas. A fraude
estava centrada em uma suposta empresa de investimentos no estado de Sergipe. O
líder do grupo, que anteriormente ministrava cursos sobre mercado financeiro,
foi preso em agosto de 2023, mas teve sua liberdade restituída pela Justiça.
O inquérito policial,
iniciado em agosto de 2023 na Delegacia de Defraudações e Combate à Pirataria
(DDCP), revelou que a associação criminosa enganou investidores ao não pagar os
rendimentos prometidos. A delegada Lauana Guedes explicou que as vítimas registraram
boletins de ocorrência quando perceberam que a empresa de investimentos não
estava cumprindo com os pagamentos.
A investigação revelou
que o líder do esquema se apresentava como sócio-proprietário da empresa e
promovia cursos e publicações nas redes sociais para transmitir a imagem de
sucesso e confiabilidade. De acordo com a delegada Suirá Paim, o suspeito
utilizava declarações falsas e manipulava dados financeiros para criar a
aparência de um negócio legítimo. Para aumentar sua credibilidade, a empresa
até patrocinou um clube de futebol importante em Sergipe.
Os investigadores
descobriram que o golpista prometia lucros de até 8% com uma perda máxima de 5%
do capital investido. Entretanto, os valores captados não eram aplicados como
anunciado; ao invés disso, eram transferidos para contas pessoais e empresariais
dos envolvidos. Entre 2020 e 2023, as contas dos suspeitos mostraram um aumento
significativo nas movimentações bancárias, de R$ 10 milhões para R$ 70 milhões.
A DDCP também constatou
que as movimentações financeiras levaram à abertura de várias empresas para
ocultar e fragmentar os valores provenientes da fraude. As vítimas estão
buscando recuperar parte dos valores através de ações civis, enquanto na esfera
criminal foram solicitados bloqueios de ativos financeiros dos
investigados.
Os três indiciados
responderão pelos crimes de estelionato, associação criminosa e lavagem de
capitais.
Com informações SSP/SE