O prefeito de Tutóia,
uma pequena cidade com 53 mil habitantes no litoral do Maranhão, Raimundo
Nonato Baquil (PDT), comprou 690 caixões funerários para o município, que tem
somente um cemitério. Ele gastou R$ 2,1 milhões com as urnas funerárias.
As aquisições foram
feitas através do Fundo Nacional de Saúde, do Fundo Nacional da Assistência
Social e com recursos da Prefeitura de Tutóia, e contam com mortalhas, flores,
serviços de conservação de cadáveres e traslado de corpos em uma distância até 60
mil quilômetros; o que daria para ir do Maranhão a Nova Iorque, nos Estados
Unidos, mais de dez vezes. O traslado foi contratado ao custo de R$ 5,50 por
quilômetro, produzindo um total de R$ 330 mil pelo serviço contratado.
Quem geriu o processo
licitatório foi a própria filha do prefeito, Dayna Baquil, e o sobrinho,
Alexandre Baquil. A filha chefia a Secretaria de Assistência Social e o
sobrinho, a Secretaria de Saúde.
O processo de licitação
sustenta que a compra se faz necessária para evitar enterros precários na
cidade.
– Dentro do possível fazemos com que as pessoas possam ser enterradas de forma digna, evitando cenas raras de enterro dentro de redes ou em covas rasas como aconteciam em tempos passados. Nosso trabalho de resgate à cidadania não permite que cenas dessa natureza voltem a acontecer em nossa cidade, já que assistência às famílias de baixa renda está em todos os setores – diz a justificativa.