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FEIRA DE UBERLÂNDIA

Moraes usou TSE para investigar aliados de Bolsonaro e sustentar decisões, diz jornal

O gabinete do ministro Alexandre de Moraes ordenou, por meio de mensagens e de forma não oficial, a produção de relatórios pela Justiça Eleitoral para embasar decisões dele mesmo contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito das “fake news”, que corre no Supremo Tribunal Federal. Essa prática teria sido adotada durante e depois das eleições de 2022. Trata-se de uma revelação do jornal “Folha de S. Paulo” divulgada nesta terça-feira (13).

A publicação teve acesso a 6 gigabytes de conversas via WhatsApp que mostram como o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral teria sido usado como uma espécie de braço investigativo para Alexandre de Moraes. O ministro, vale lembrar, foi um dos integrantes do TSE entre 2020 e 2024, sendo presidente da Corte nos últimos dois anos.

Em nota, o gabinete do Ministro Alexandre de Moraes diz que todos os procedimentos de pedidos de relatórios “foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República”. Leia a íntegra da nota ao fim deste texto.

De acordo com a reportagem, as mensagens revelam um fluxo fora do comum envolvendo o TSE e o STF. Entre os envolvidos nas mensagens está o principal assessor de Moraes no STF.

Em alguns momentos das conversas, segundo a “Folha de S. Paulo”, assessores relataram irritação do ministro com a demora no atendimento às suas ordens.

“Vocês querem que eu faça o laudo?”, consta em uma das reproduções de falas do ministro.

“Ele cismou. Quando ele cisma, é uma tragédia”, comentou um dos assessores.

“Ele tá bravo agora”, disse outro.

O maior volume de mensagens com pedidos informais, segundo o jornal, envolveu o juiz instrutor Airton Vieira, assessor mais próximo de Alexandre de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, um perito criminal que à época chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE. Tagliaferro deixou o cargo em maio de 2023, após ser preso sob suspeita de violência doméstica.

As mensagens mostram que Airton Vieira pedia informalmente a Tagliaferro — via WhatsApp — relatórios específicos contra aliados de Jair Bolsonaro. Esses documentos eram enviados da Justiça Eleitoral para o inquérito das fake news, no STF.

Em nenhum dos casos aos quais a “Folha” teve acesso havia informação oficial de que esses relatórios tinham sido produzidos a pedido do ministro ou do seu gabinete. Em alguns, aparecia que o relatório era “de ordem” do juiz auxiliar do TSE. Em outros, uma denúncia anônima. As mensagens são de agosto de 2022 a maio de 2023.

Um exemplo citado pela reportagem é relacionado ao jornalista Rodrigo Constantino. Dois pedidos de monitoramento e produção de relatórios sobre publicações dele mostram como se dava a dinâmica, segundo o jornal.

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