A Lojas Americanas registrou
um prejuízo de R$ 2,272 bilhões em 2023, segundo balanço divulgado nessa
quarta-feira (14/8) pela companhia. Segundo os dados, a companhia acumula
prejuízos. No primeiro semestre de 2024, a perda foi de R$ 1,412 bilhão, ante
R$ 3,203 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. O valor
representa uma variação de 82,8% em relação a 2022, quando a varejista teve
perdas de R$ 13,2 bilhões.
Essa foi a primeira
publicação com o balanço completo de 2023 após a empresa encontrar, em janeiro
do ano passado um rombo
de mais de R$ 25 bilhões em suas demonstrações financeiras, levando a
companhia a um processo
de recuperação judicial. “O resultado de 2023 foi negativamente marcado
pelo impacto operacional da crise e redução de receitas, incluindo os custos
adicionais da investigação e recuperação judicial e parcialmente compensados
por impactos tributários”, registrou a varejista.
Perdas no digital
Em 2023, o volume bruto
de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) da empresa foi de R$ 22,8 bilhões, uma
queda de 45,9% em relação a 2022. De acordo com a Americanas, a redução
ocorreu, principalmente, por conta das perdas de 75,7% nas vendas de sua plataforma
digital. A soma de operações por esses canais foi de R$ 6,02 bilhões no ano
passado, enquanto, em 2022, o volume havia sido de R$ 24,7 bilhões.
“Esse desempenho
negativo no digital é atribuído à estratégia da companhia de diminuir o volume
de vendas do 1P (vendas próprias) e migrar categorias relevantes para o 3P
(marketplace), com o objetivo de melhorar a rentabilidade da operação”,
informou a empresa.
Por outro lado, as
lojas físicas “demonstraram sua força”, alcançando R$ 14,1 bilhões em 2023 e
respondendo por mais de 60% do GMV total. Em comparação com 2022, o volume
bruto de mercadorias das lojas físicas teve uma retração de 2,3%. A performance
do varejo físico, segundo o reporte, “melhorou sequencialmente” a partir do
segundo trimestre de 2023, quando a companhia “restabeleceu o relacionamento
com boa parte dos fornecedores”, estabilizou o abastecimento e iniciou mudanças
na gestão de categorias de produtos.
O lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Americanas foi
negativo em R$ 2,4 bilhões em 2023, uma variação de 26,2% frente aos R$ 3,2
bilhões negativos registrados em 2022. Esses valores excluem despesas relativas
à recuperação judicial, investigação, deterioração de ativos e revisão de
estimativas de contingências por conta do desconto previsto no processo de
recuperação.
Já o endividamento
bruto da Americanas ficou em R$ 39,4 bilhões em 2023, uma alta de 5,6% ante os
R$ 37,3 bilhões registrados no ano anterior. Por fim, o patrimônio líquido da
empresa foi negativo em R$ 28,8 bilhões em 2023, uma deterioração de R$ 2,1 bilhões
em relação ao fim de 2022.
Resultados do 1º
semestre
A Americanas também
reportou um prejuízo de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre de 2024. O valor
representa uma variação de 55,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando a
varejista teve perdas de R$ 3,2 bilhões. Para explicar o resultado, a companhia
afirmou que, ao longo de 2023, manteve seu foco na operação de lojas e no
atendimento aos clientes, além de implementar mudanças emergenciais.
Esse processo
“possibilitou a desaceleração da queda da receita consolidada, principalmente
no varejo físico”. A receita líquida da companhia foi de R$ 6,8 bilhões no
primeiro semestre de 2024, uma queda de 2,6% em relação aos R$ 7,03 bilhões
registrados no mesmo período do ano anterior.
“Esse ritmo de melhora
continuou ao longo dos primeiros seis meses de 2024, quando a companhia
registrou receita crescente no varejo físico e expansão da margem bruta, a
despeito da redução de lojas e eliminação de produtos de alto valor, como TVs
telas grandes, linha branca e informática”, informou o relatório.
No primeiro semestre do
ano, o volume bruto de mercadorias (GMV) da empresa foi de R$ 10,06 bilhões, um
recuo de 9% em relação aos R$ 11,05 bilhões registrados no mesmo período do ano
anterior.
O varejo físico representou R$ 7,2 bilhões do total, um crescimento de 15,9% em relação a igual período de 2023. Já o varejo digital correspondeu por R$ 1,6 bilhão, uma retração de 55,3%, “mas em linha com a estratégia de manter esse canal como complemento da jornada de compra do cliente”, reportou a varejista.