O governador Romeu Zema
(Novo) defendeu o aumento do próprio salário e de seus secretários em 298%,
aprovado no ano passado, e afirmou que precisou fazer o reajuste porque os
vencimentos estavam defasados e ele estava perdendo parte do próprio
secretariado. A declaração foi feita durante entrevista ao canal de televisão
CNN.
“Ninguém fala a
verdade. Um secretário de Estado de saúde ou educação em Minas ganhava menos
que um secretário municipal de uma cidade pequena. E eu comecei a perder
secretários. Eles ficaram 4 anos como voluntários, que foi o que definimos, e
no início da segunda gestão vamos fazer uma correção para o que é moral em
todos os estados do Brasil”, afirmou Zema.
O governador, que
frequentemente é criticado pela oposição devido ao aumento do próprio salário,
enquanto servidores públicos receberam uma recomposição de 4,62% este ano,
justificou que, no seu governo, os vencimentos dos secretários e dele próprio
são mais “transparentes”.
“No passado, os
secretários de Minas tinham os jetons [pagamentos recebidos por agentes
públicos pela participação cumulativa em conselhos fiscais] e ganhavam muito
mais do que hoje. Eu sou um governo que preza pela transparência. Então, se
está lá hoje que meu secretário ganha X, é porque ele ganha isso. Antes
constava que ele ganhava um terço de X, mas tinha mais 10X por fora.
Infelizmente, fazer o certo no Brasil custa caro”.
Na última semana, o Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) de Minas Gerais considerou irregular o aumento salarial dado ao governador e aos secretários, e solicitou o impacto financeiro-orçamentário do reajuste durante os próximos nove anos. Caso avalie como um empecilho, pode dar um parecer contrário à homologação do RRF.