O vírus HPV (Papiloma Vírus Humano) é um dos principais
fatores que levam ao desenvolvimento do tumor.
“A probabilidade chega a ser seis vezes maior do que em
pessoas sem infecção pelo vírus na região oral, podendo ser mais elevada nos
subtipos de alto risco”, ressalta o cirurgião oncológico da Oncoclínicas
Curitiba, Adriano Boareto.
Por isso, a vacina contra o HPV contribui para
modular a resposta imunológica no momento de um possível contato com o vírus,
auxiliando na prevenção do tumor. Um estudo apresentado no encontro anual da
Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), realizado em junho em Chicago
(EUA), reforçou a importância da vacinação.
O trabalho mostrou que a vacina pode ser eficaz em
outras neoplasias provocadas pelo vírus. Os dados revelam que, principalmente
nos homens, o imunizante também é eficiente na prevenção do câncer de cabeça e
pescoço. O estudo analisou indicadores de aproximadamente 5,5 milhões de
pessoas, sendo que cerca de 950 mil tinham recebido a vacina do HPV entre 2006
e 2008. Os homens vacinados apresentaram um risco 56% menor de câncer de cabeça
e pescoço.
No Brasil, a vacina tetravalente contra o HPV está
disponível gratuitamente para meninas e meninos na faixa de nove a 14 anos, e
para adultos imunossuprimidos até 45 anos. O imunizante protege contra os tipos
6, 11, 16 e 18 do vírus, os principais causadores do câncer do colo do útero.
Atenção aos sinais
Os homens costumam ser os mais afetados pelo câncer
na região oral e os principais sinais que merecem atenção são feridas na boca
ou garganta que não cicatrizam em poucos dias; aumento de gânglios no pescoço;
dor; sensação de corpo estranho na garganta; dificuldade de deglutir ou
mastigar; mau hálito; dor na língua; entre outros indícios. Ao notar algum
sintoma, a recomendação é procurar um médico.
“Como a infecção pelo HPV é causada por contato sexual, o uso de preservativos, mesmo nas relações orais, vai ajudar a conter a contaminação”, recomenda Dr. Adriano Boareto. O tabagismo e o etilismo também estão entre as principais condições para o surgimento destes tumores.
Prevenção e tratamento
Como forma de prevenção, as orientações são ter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, manter a higiene bucal em dia, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, usar protetor solar e abandonar o fumo. A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço alerta que parar de fumar, inclusive, é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe.
Em relação ao tratamento, dependendo do estágio em que a doença é detectada, a conduta indicada pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou a combinação de terapias. Com a terapêutica adequada, as chances de controle da neoplasia na região oral são de até 80%.