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FEIRA DE UBERLÂNDIA

Suspeito de chefiar PCC emprestou R$ 300 mil para Vai-Vai desfilar em 2022

Investigação da Polícia Civil sobre a suposta relação entre a Vai-Vai, tradicional escola de samba paulistana, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), aponta que a agremiação pegou um empréstimo de R$ 300 mil para desfilar no Carnaval de 2022 com um ex-diretor suspeito de liderar uma célula da facção criminosa São Paulo.

Luiz Roberto Marcondes Machado de Barros, conhecido como Beto Bela Vista, era diretor financeiro da Vai-Vai antes de fazer o empréstimo para a escola. Segundo a polícia, o valor não foi quitado pela agremiação, mas a Vai-Vai alega ter pagado uma parte em espécie a outra em forma de publicidade.

O empréstimo de R$ 300 mil foi confirmado em depoimento à polícia pelo atual presidente da Vai-Vai, Clarício Gonçalves. No inquérito conduzido pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic), Beto é apontado como uma das lideranças do PCC fora dos presídios, chamada da “célula externa”.

 

Segundo a polícia, ele “ostenta grande patrimônio oriundo de atividades ilícitas”, que seriam “ocultados em nome de laranjas e empresas de fachada. Ele deixou a prisão em 2024 e o irmão dele, conhecido Luiz Eduardo, conhecido como Du Bela Vista, está detido no presídio federal de Mossoró (RN). Beto nega envolvimento com a facção.

 

Desde 2021, a Vai-Vai é sediada em um terreno que pertencia a Beto Bela Vista. O local foi adquirido em meio às negociações com a concessionária Acciona para a desapropriação da antiga sede da escola de samba, onde está sendo construída a estação 14 Bis da Linha 6-Laranja do Metrô.

 

A compra do terreno, no valor de R$ 6,8 milhões, também está na mira da polícia, por suspeita de superfaturamento e lavagem de dinheiro. Procurada pelo Metrópoles, a Vai-Vai disse que o empréstimo foi feito por meio de contrato, com registro em cartório, e afirmou que está à disposição das autoridades.


“Ainda sobre este tema, conforme relatório do Ministério Público, não foi comprovada qualquer ilegalidade por parte do Vai-Vai ou envolvimento na investigação de lavagem de dinheiro. Como parte envolvida no inquérito, a escola foi notificada da inocência da instituição e de seus representantes”, diz a agremiação em nota.

Sede da Vai-Vai na mira


Em depoimento, Clarício Gonçalves relatou que a compra do terreno fazia parte da indenização, por parte da Acciona, para adquirir o imóvel onde seria a nova sede da Vai-Vai.

Ele acrescentou que foram observados três imóveis na região e que o atual, na rua Almirante Marques Leão, foi o que “demonstrou mais viabilidade para os objetivos da escola”.

O pagamento foi feito pela Acciona diretamente a Beto Bela Vista. Ainda segundo Gonçalves, a identidade do proprietário só foi conhecida pelo conselho da Vai-Vai após a compra do local.

À polícia, o presidente disse que a notícia de que Beto Bela Vista era o proprietário do imóvel onde seria a nova sede “acabou gerando diversos conflitos internos.”

Segundo a investigação, Beto Bela Vista adquiriu os dois terrenos onde hoje ficam a sede da Vai-Vai por R$ 2,8 milhões e pagou tudo em dinheiro vivo. Já a venda à Acciona, menos de um ano depois, foi por mais que o dobro do valor de compra: R$ 6,8 milhões.

 

Embora a polícia não tenha encontrado irregularidades no processo de compra e venda da nova sede, Beto Bela Vista é investigado por lavagem de dinheiro. Na investigação é observado que ele “realizou farta movimentação de capitais nos últimos anos, valores os quais aparentemente não correspondem as atividades formais por ele desenvolvidas.”

Polêmica com a polícia no desfile da Vai-Vai


No sábado de Carnaval, o desfile da Vai-Vai causou polêmica com a polícia após uma de suas alas ter representado a tropa de choque da Polícia Militar (PM) com alusão à figura de demônios. A alegoria fazia parte do samba-enredo que homenageava o álbum “Sobrevivendo no Inferno”, do grupo de rap Racionais MC’s.

 

Uma da faixas do disco é “Diário de um detento”, que relata o dia de um preso na penitenciária do Carandiru, na véspera do massacre que deixou 111 detentos mortos há mais de 30 anos. Nesse contexto, as fantasias dos “policiais demônios” eram compostas por escudos, cassetetes e capacetes, adornados com asas e chifres em tons de vermelho e amarelo.

 

O Sindicato dos Delegados de São Paulo emitiu uma nota de repúdio contra a alegoria da escola de samba e deputados bolsonaristas pediram para que a Prefeitura de São Paulo e o governo estadual não repassem dinheiro público à agremiação como punição pelo desfile.

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