O casal estava junto há três anos. De acordo com as investigações, Eduarda foi asfixiada pelo marido ao se recusar a desbloquear o celular.
“O denunciado […] acreditando veementemente que ela o traía através de aplicativos de relacionamento, nesse contexto, com o propósito de confirmar as suas infundadas suspeitas, com ela iniciou uma briga, cujo centro foi o desbloqueio facial do celular dela. Ocorre que a vítima não permitiu, reiteradas vezes, o acesso ao celular dela ao denunciado, que, por sua vez, irresignado, em ato de descontrole, investiu contra Eduarda Amabile, estabelecendo-se assim uma luta corporal entre o casal de modo que o denunciado derrubou truculentamente a vítima no chão do quarto do casal, forçando-a a mostrar o seu rosto para desbloquear o celular, que já estava nas mãos do denunciado, tudo contra a vontade dela”, diz a denúncia.
Sem
conseguir desbloquear o celular, Tiago teria passado a asfixiar Eduarda até a
morte.
“Vendo
suas tentativas frustradas no desbloqueio, o denunciado Tiago mudou sua
estratégia e mediante asfixia e meio cruel deu início à execução do crime de
feminicídio, dominando a vítima já no piso, sem que ela pudesse esboçar
qualquer gesto em sua defesa, impedindo-a de esconder o rosto para evitar o
desbloqueio do celular e posicionou um de seus joelhos no pescoço de EduardaAmabile, aplicando-lhe um golpe de sufocamento/imprensamento ao depositar todo
o peso do seu corpo na região do pescoço e tórax da vítima; assim, asfixiou-a,
impedindo-a de respirar, causando-lhe intenso sofrimento físico”, detalha a
denúncia.
Após o crime, Tiago ligou para o irmão dele afirmando que Eduarda estava passando mal. Familiares dele foram até a residência e encontraram a vítima já desfalecida, acompanhada do marido transtornado mexendo no celular.
Tiago foi denunciado por homicídio com três qualificadoras: feminicídio, asfixia/meio cruel e motivo fútil.
Por meio de nota, o advogado de acusação Jackson Bahls, informou que a família de Eduarda espera uma rápida tramitação do processo e que, no Tribunal do Júri, a sociedade de Araucária possa dar a resposta aos feminicidas.
“Aqui
não admitimos mortes de mulheres. Seguimos confiantes na Justiça e temos
convicção de que em breve ela será efetivada, pois Eduarda já se tornou símbolo
de luta contra o feminicídio”, disse.