A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) detectou um prejuízo de cerca de R$ 1 milhão na execução de contratos no Maranhão feitos a partir de emendas parlamentares do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e assinados com a empreiteira Construservice.
De acordo com
informações do jornalista Aguirre Talento, do site UOL, os contratos estão sob
investigação da Polícia Federal, que deflagrou uma operação no dia 1º de
setembro. O órgão, na ocasião, cumpriu busca e apreensão na Prefeitura de
Vitorino Freire, responsável pelos contratos, e afastou a prefeita Luanna
Rezende (União Brasil), irmã de Juscelino.
Conforme
o jornalista, a Codevasf aprofundou a análise dos três contratos e constatou
que o prejuízo aos cofres públicos era maior do que o que havia sido apurado
até então. Relator do caso à época, o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Luís Roberto Barroso, autorizou o bloqueio de bens de R$ 835 mil do
ministro e outros investigados, por suspeita de repasses de propina a Juscelino
envolvendo as emendas parlamentares.
Segundo investigação
interna, os prejuízos estavam diretamente ligados à atuação de um funcionário
da Codevasf, que acabou demitido. No esquema, esse fiscal liberava
antecipadamente os pagamentos para a Construservice, sem que as etapas da obra
tenham sido executadas.
Por meio de
nota, a Codevasf afirmou que detectou "pendências técnicas de execução
física apontadas em relatórios de fiscalização". A assessoria do ministro
Juscelino Filho, por sua vez, afirmou que os achados da auditoria devem ser
esclarecidos pelas "autoridades responsáveis e competentes pela execução
da obra".