
Empatia. Palavra que, nos dias atuais, é pronunciada com certa frequência. “Vamos ser mais empáticos” e “mais empatia, por favor” são frases que costumamos escutar ou ler nas redes sociais. Mas realmente sabemos o que é empatia?
Empatia, segundo Elione Falcone, da UFRJ, corresponde à capacidade de compreender, de forma acurada, bem como de compartilhar ou considerar sentimentos, necessidades e perspectivas de alguém, expressando esse sentimento de maneira que a outra pessoa se sinta compreendida e validade. Envolve muito mais do que escutar o problema alheio e oferecer um ombro amigo ou de não fazer, com os demais, o que não gostaríamos que fizessem conosco.
É bem mais que isso! É colocar-se no lugar do outro, tentando imaginar o que sentiria se estivesse naquela situação. É escutar de maneira despida de quaisquer preconceitos ou julgamentos, entendendo que as pessoas são diferentes, formadas por culturas e criações diversas e que a nossa verdade não é necessariamente o padrão único de ser.
É reconhecer que aquela emoção vivida pelo outro é legítima, pois cada um é um ser complexo, com vivências e histórias diversas e que, muitas vezes, só conhecemos uma das facetas daquela pessoa. O que é bobagem para um pode ser um gatilho para trazer à tona uma memória do passado bastante dolorosa. Só nós conhecemos nossas lutas.
E, finalmente, é expressar, para o outro, que aquela emoção que o aflige é legítima, válida e que ele não está sozinho, pois nós, mesmo que nada possamos fazer para ajudar, sempre estaremos ali.
A escritora Brené Brown, de forma muito sensível, fala que dificilmente pessoas empáticas tentam “dourar”, a todo custo, os problemas e as dores alheias. Elas não forçam a barra para tentar melhorar as coisas. Quando se perde alguém muito querido, por exemplo, dificilmente um “é porque tinha que ser” vai melhorar as coisas. Às vezes melhora, mas, com certeza, ter sua dor legitimada por um abraço caloroso é muito mais eficaz.
A empatia tem o poder de mudar o mundo, tornando-o um lugar bem melhor.
Tim Hansel, em seu “Cruzando o deserto da solidão”, escreveu que “é difícil receber algo com os punhos cerrados; é impossível abraçar com os braços cruzados; é difícil ver de olhos fechados; é difícil fazer descobertas com o raciocínio preconceituoso; e um coração que se exime de doar, sem saber, se exime da capacidade de receber amor”.
Então, vamos ser mais empáticos?
Augusta Diniz
Augusta Diniz é juíza pernambucana em Brasília/DF, escritora, professora e pós-graduada em Direito Público e Direito Penal e pós-graduanda em Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem, Desenvolvimento Humano e Saúde Mental e Comunicação e Oratória.